Arte contemporânea brasileira mostra força em feira mexicana
Uma das maiores e mais importantes feiras de arte na América Latina, a Zonamaco, na Cidade do México, abre sua 20ª edição nesta quarta, 7 de fevereiro, comprovando o bom momento da arte contemporânea brasileira no mundo. O Brasil marca presença com nove galerias de arte e obras de quase 30 artistas durante os cinco dias de eventos. Além disso, dois dos sete integrantes da equipe de curadores são brasileiros. E ainda há um brasileiro entre os cinco membros do comitê de seleção geral.
Este ano as galerias brasileiras aumentaram sua participação na Zonamaco com o apoio do programa Latitude, que promove a internacionalização da arte contemporânea brasileira e é fruto de uma parceria da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT) com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Com isso, são nove as galerias presentes. A Galeria Leme, a Luis Maluf Galeria de Arte e a Simões de Assis ficarão na seção principal. A Albuquerque Contemporânea e a Central Galeria estarão na Zonamaco EJES; a Bianca Boeckel Galeria, a Verve, a Galeria Lume e a Porta Vilaseca Galeria ficarão na Zonamaco SUR.
Para além da forte presença de galerias brasileiras na feira mexicana, a relevância das artes visuais brasileiras fica evidente no espaço ocupado por brasileiros na concepção artística da Zonamaco. Composto por cinco pessoas, o comitê de seleção geral de participantes da feira, responsável por 69 galerias na mostra principal, conta com um brasileiro: Guilherme Simões de Assis, que está à frente da galeria Simões de Assis, com escritórios em São Paulo e Curitiba.
Entre os sete integrantes da equipe de curadores da Zonamaco 2024, três são mexicanos. Dos quatro estrangeiros do grupo, uma é cubana, um é dominicano e dois são brasileiros: o carioca Bernardo Mosqueira, que é curador de Zonamaco EJES; e a carioca Luiza Teixeira de Freitas, que assumiu o posto de curadora responsável pela Zonamaco SUR, seção que enfatiza a participação de artistas e galerias da América Latina.
A feira tem como objetivo promover setores de arte, design, antiguidades e fotografias artísticas. Foi crescendo nesses 20 anos e, atualmente, abriga quatro eventos distintos a cada edição: uma feira de arte contemporânea, que reúne galerias de artes nacionais e internacionais, sejam já estabelecidas ou iniciantes; um espaço montado desde 2011 dedicado ao design, com móveis, joias, objetos de decoração etc; um salão de antiquário, criado em 2014, com antiguidades; e um setor para fotografia, com obras vintage, moderna e contemporânea, que foi concebido em 2015.
Entre os artistas brasileiros que devem participar da Zonamaco nesta edição estão Ele Godoy (da Albuquerque), Gretta Sarfaty (da Central), Lucas Dupin (da Lume) e Arthur Palhano (da Portas Vilaseca). Também haverá obras de artistas consagrados já falecidos, como Ione Saldanha (1919-2001), Abraham Palatnik (1928-2020) e Emanoel Araújo (1940-2022).
A Zonamaco tem atraído colecionadores e coleções do mundo inteiro. São esperados mecenas, curadores e membros de conselhos de dezenas de instituições e museus europeus, americanos, asiáticos e africanos. A lista inclui o Centro Georges Pompidou (França), o Museu de Arte Contemporânea de Chicago (EUA). Assim como curadores do MoMA, do Guggenheim e do Molaa (EUA), da galeria Tate (Inglaterra), da Bienal de Toronto (Canadá) e do Masp, que irão ver obras de artistas representados por cerca de 200 galerias de 25 países.
“O colecionismo mexicano está se tornando internacional, tanto nas coleções privadas quanto nas públicas. Diversas galerias dos EUA e da Europa abriram escritório aqui nos últimos anos. Com isso, a Zona Maco se tornou uma vitrine para o mundo”, avalia Guilherme Simões de Assis, que ajudou a montar a programação principal da feira e participa dela com sua galeria. “E isso tem beneficiado os artistas brasileiros. Vários artistas estão representados por galerias mexicanas e alguns terão exposições individuais aqui no México nos próximos dias. Já reconhecidos, como a Eleonore Koch (1926/2018), ou novos como o Zeh Palito (1986)."
Sobre o Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad
O Latitude é um programa desenvolvido por meio de uma parceria firmada entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea - ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - ApexBrasil, para promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Criado em 2007, conta cerca de 60 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1.500 artistas contemporâneos. Seu objetivo é criar oportunidades de negócios de arte no exterior, fundamentalmente através de ações de capacitação, apoio à inserção internacional e promoção comercial e cultural.
O volume das exportações definitivas e temporárias das galerias do projeto Latitude vem crescendo significativamente. Em 2007, foram exportados US$ 6 milhões e, de acordo com a última Pesquisa Setorial Latitude publicada, em 2018 atingiu-se mais de US$ 65 milhões. As galerias Latitude foram responsáveis por 42% do volume total das exportações do setor no ano.
Desde abril de 2011, quando a ABACT assumiu o convênio com a ApexBrasil, foram realizadas 48 ações em mais de 26 diferentes feiras internacionais, com aproximadamente 300 apoios concedidos a galerias Latitude. Neste mesmo período, foram trazidos ao Brasil aproximadamente 250 convidados internacionais, entre curadores, colecionadores e profissionais do mercado, em 23 edições de Art Immersion Trips. Além dessas ações, o Latitude realizou cinco edições de sua Pesquisa Setorial, com dados anuais sobre o mercado primário de arte contemporânea brasileira. Saiba mais: https://latitudebrasil.com/
Sobre a ABACT
A Associação Brasileira de Arte Contemporânea - ABACT é uma entidade sem fins lucrativos que representa cerca de 60 galerias de arte contemporânea no Brasil. Seu posicionamento se constitui no diálogo com as galerias de arte brasileiras do mercado primário e no entendimento do seu papel na produção de bens culturais. Promove ações de profissionalização e de incentivo à desburocratização do setor, projetos educativos e socioculturais, e realiza conexões entre os agentes de mercado nacional e internacional.
Sobre a ApexBrasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.
Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.